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Abril indígena: O que podemos aprender com os povos originários do Brasil?

By 19 de abril de 2024No Comments

Em abril comemora-se o Dia do Índio, uma data que reconhece e celebra a cultura, a história e as contribuições dos povos indígenas para a sociedade. É um momento de reflexão sobre os direitos e desafios enfrentados por esses povos, além de uma oportunidade para valorizar suas tradições, línguas e saberes ancestrais. 

Aproveitamos a ocasião para promover o diálogo intercultural através de uma entrevista com Ubiranã Pataxó, liderança indígena de Coroa Vermelha. Nosso objetivo é fortalecer o reconhecimento da riqueza cultural dos povos originários do Brasil e do mundo.

Cabrália Brilha: Qual a importância do mês de abril para o povo Pataxó e qual mensagem você gostaria de passar?

Ubiranã Pataxó: A importância desse mês de abril é mostrar para o Brasil e para o mundo que o dia do índio não é só dia 19 de abril, mas sim todos os dias. E mostrar também a resistência do nosso povo Pataxó. Um povo antigo, de mais de 500 anos em contato com a civilização. E na década de hoje ainda mantemos nossa cultura, nossa linguagem e também nosso esporte. Queremos mostrar para o povo do Brasil que existem mais de 300 povos indígenas com 206 línguas indígenas diferente e que nós não morremos, estamos vivos e lutamos para preservar a nossa cultura.

CB: Como é ser indígena em 2024?

UP: Estamos lutando para mudar os estereótipos. Nós não deixamos de ser indígenas por usar um iPhone ou por ter um carro. Ser indígena está dentro da gente e nós temos que honrar essa essência que temos dentro de nós. Eu gosto da frase que diz que “eu posso ser quem você é sem deixar de ser quem eu sou”. A gente pode ser advogado, juiz, promotor, motorista, cobrador, pode trabalhar em qualquer área, mas nós nunca vamos deixar de ser indígena, isso é o mais importante para nós. 

CB: O que os não indígenas têm a aprender com os indígenas?

UP: Os não indígenas se dizem civilizados, mas gostam de competir. Nós indígenas celebramos uns com os outros. Até nossos famosos jogos indígenas não são sobre competir, mas sim sobre celebrar. O que é ser civilizado então? Vocês também têm muito a aprender sobre a união. Nós até podemos ter nossas desavenças internas, mas quando é para lutar por nossos direitos, por uma causa, pelo benefício da nossa comunidade, a gente se une e luta junto. 

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